Bolsista: Thales Luís de Lima
Coordenador: Prof. Dr.
Sebastião Martins Xavier
Supervisor: José Claudio
Conheci o Pibid assim
que comecei o curso de Licenciatura em Matemática na UFOP, no primeiro semestre
de 2014, com meus 18 anos de idade. Na época, ainda novo e perdido em meio a
tantas novidades, sem saber o que fazer e por onde começar, eu tinha apenas um
objetivo: formar e ser professor.
Mas apenas o diploma do
curso me transformaria em professor?! Eu nunca havia entrado em uma sala de
aula como educando, não sabia o cotidiano da escola, não conseguia conter o
nervosismo em frente uma turma de 35 alunos e muitos menos reagir às
dificuldades que aparecem na sala de aula. Então provavelmente eu seria apenas
mais um professor despreparado, mais um pra enganar os alunos fingindo que
estou ensinando e enganar a mim mesmo, como se essa situação fosse confortante.
Mas não é nada confortante. São 35 seres humanos que têm fome de educação e
ensino, que precisam de mim para crescerem na vida.
Então, no segundo
semestre de 2014 eu entrei para o Pibid. Fui encaminhado para uma escola
estadual da cidade que dispunha de Ensino Fundamental e Médio, distribuídos no
período da manhã, tarde, integral e noturno (EJA). Foi um choque de realidade,
porque me deparei com pessoas mais velhas que eu e que ainda estavam no Ensino
Médio.
Na escola, junto com
meu grupo, organizamos monitorias de dúvidas, oficinas para trabalhar o
conteúdo da Matemática de modo diferenciado, gincanas, apoio ao professor
dentro de sala de aula, preparatórios para o ENEM, laboratório, etc.
No primeiro momento
tive muita dificuldade de socializar e ter iniciativa para trabalhar e fluir
com o projeto. Me deparei com turmas extremamente indisciplinadas; com alunos
de Ensino Médio que não sabiam as operações básicas (adição, subtração,
multiplicação e divisão); com alunos carentes que exalavam necessidade de
carinho no primeiro contato e que queriam estar presentes ao meu lado pelo
simples fato de ter atenção; com alunos que me repudiavam e não faziam questão
da minha presença e do meu trabalho. Enfim, me deparei com vários perfis
diferentes em um ambiente único e só pude perceber uma coisa: preciso tomar
atitudes e encarar essa realidade, essas pessoas precisam de mim.
E agora estou com 20
anos, nem tão mais velho em relação à quando entrei. Mas tenho a impressão de
que estou maduro agora, que eu era um adolescente perdido em uma escola e que
evolui infinitamente depois que coloquei o pé lá dentro. E o melhor de tudo é
ter a sensação de dever cumprido, de ver que consegui ensinar algo a alguém e
que isso fará uma diferença tremenda na vida dela... Me sinto humano quando
faço algo assim, que não é mais que minha obrigação como bolsista, mas que me
alegra em sentir a gratidão no rosto do aluno.
Nenhum comentário:
Postar um comentário